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Daniel Franzese escreveu uma carta ao seu personagem gay na comédia de 2004: "você me ensinou a ter orgulho de mim"Aos 35 anos, o ator Daniel Franzese se assumiu gay numa carta publicada pelo site IndieWire. No texto, o americano se dirige ao seu personagem na comédia “Meninas Malvadas” (2004), Damian, que era homossexual.
Em tom de desabafo, Franzese admite na carta que as pessoas sempre especularam sobre a possibilidade de ele ser homossexual, mas que não tinha coragem de sair do armário. O americano revelou que os seus agentes mentiam para protegê-lo.
Na ‘conversa’, Franzese confessa que ficou irritado com personagem, considerando que ele o aprisionou a papéis homossexuais. No entanto, no fim da carta, ele faz um agradecimento a Damian, dizendo que o personagem o fez se sentir orgulhoso dele mesmo.
Franzese também agradeceu a roteirista do filme que escreveu o personagem dele, a atriz e escritora Tina Fey. Veja a seguir a carta do ator na integra.
"Eu tinha vinte e seis; você tinha dezesseis. Você estava orgulhoso de quem era; eu era um ator inseguro. Você tornou-se um personagem icônico que se parecia com as pessoas. Gostaria que você tivesse sido um modelo para mim quando eu era mais jovem. Teria sido mais fácil ter crescido como gay.
Pessoas da indústria [do entretenimento] me viam interpretando você em “Meninas Malvadas”, mas nunca me notaram numa audição, se negando a me ver em papéis masculinos.
Damian, você arruinou a minha vida e eu estava realmente puto com você. Eu me transformei num celibatário por um ano e meio. Eu não fui a nenhum bar gay, tive alguns flertes, mas mentia quando me perguntavam se eu era gay. Eu até levei uma garota para a estreia de “Meninas Malvadas”, beijou-a no tapete vermelho, encostando nela a minha barba inconsistente.
Anos depois, homens adultos continuam a vir até mim nas ruas - alguns deles em lágrimas - me agradecendo por ser um modelo para eles. Em 2004, eu tive a oportunidade perfeita para que as pessoas soubessem quem era o verdadeiro Daniel Franzese .
Olhando para trás agora, dez anos depois, em 2014, vejo que você me ensinou a ter orgulho de mim novamente. As pessoas sempre me perguntaram se eu realmente não era gay. Mas meus agentes mentiam para me proteger. Todos os meus amigos e familiares sabiam da verdade, mas agora é hora de tudo mundo saber. Eu não tenho mais medo... de Hollywood, do armário ou das meninas malvadas. Obrigado por isso, Damian ( e Tina).”