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Especialistas pedem o fim da proibição de transexuais nas Forças Armadas dos EUA

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AP

Lobby trabalha para revogar a barreira que impede trans de servirem, mas Departamento Defesa americano rechaça ideia

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Os Estados Unidos devem se juntar às dezenas de outras nações que permitem transexuais nas Forças Armadas. Quem chegou a essa conclusão foi uma comissão de especialistas liderada por uma médica militar na reserva, a Dra. Joycelyn Elders. O grupo divulgou um relatório apontando que não há nenhuma razão médica para vedá-los nas tropas militares. Além disso, o documento convidou o presidente Barack Obama a debater a questão. 

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O grupo de discussão com cinco membros, que debateu a questão na San Francisco State University, informou ao Departamento de Defesa que os regulamentos destinados a manter pessoas transexuais fora do serviço militar se baseiam em crenças obsoletas.

A situação obriga milhares de militares trans a abandonarem as Forças Armadas. Os que ficam, acabam tendo que renunciar aos procedimentos médicos, como a cirurgia de mudança de sexo e a outros procedimentos de adequação de gênero. 

"Determinamos que esta proibição médica não tem razão convicente para existir, além de ter se tornado uma barreira cara, prejudicial e injusta, que impede cuidados médicos aos cerca de 15.450 pessoas transexuais militares", explicou a Dra. Joycelyn, que serviu como cirurgiã-geral durante o primeiro mandato do presidente Bill Clinton. 

Questianado, o Departamento Defesa não se mostrou receptivo a mudança. "Neste momento, não há planos para mudar as políticas e regulamentos que impedem transexuais de servir o exército dos EUA", afirmou Nate Christensen, porta-voz do orgão e tenente-comandante. 

O Instituto Williams,  um grupo de estudos na Universidade da Califórnia, estima que há nos EUA 15.500 militares transexuais atualmente, todos servindo ainda com o gênero de nascimento e sem qualquer tipo de readequação de identidade .

Reserva do Exército, a capitã Sage Fox, 41, fazia parte até recentemente deste grande grupo de transexuais militares no armário.

Após servir no Kuwait, Sage, que nasceu biologicamente como homem, começou a tomar hormônios femininos. No último mês de novembro, ela informou ao seu comandante que estava fazendo a readequação. Isso fez com ela fosse humilhada diante de 400 colegas e também fosse colocada na reserva. “Depois de começar a transição, eu me tornei uma funcionária melhor porque não tinha que lidar com esse conflito interno”, argumentou a capitã, questionando a decretação de sua inatividade. 

Embora os estudiosos que produziram o relatório ainda tentem encontrar documentos do governo americano que serviram de base para a probição, é possível encontrar menções a ela desde a década de 1960, em códigos de conduta e em padrões de aptidão médica. Neste documentos, a ideia de que o trasgênero sofre transtorno mental parece bem enraizada. 

Da mesma forma, a proibição também se baseia na suposição de que o fornecimento de tratamento hormonal e cirurgias de adequação de gênero seriam difíceis, perturbadores e caros. A comissão que produziu o relatório rejeitou esses conceitos, considerando-os como incompatíveis com a prática médica moderna e como o atual escopo dos serviços de saúde prestados rotineiramente aos militares não-transexuais .

“Devemos avaliar cada um dos nossos com base na capacidade deles e também sobre o que eles podem produzir. Se eles tiverem alguma questão médica, devemos tratá-lo como qualquer outra pessoa", avaliou a Dra. Joycelyn. 

Se as Forças Armadas do EUA revogassem a proibição, a estimativa é que 230 militares transexuais por ano iriam procurar a cirurgia de mudança de sexo, a um custo médio de cerca de US$ 30.000

O relatório foi encomendado ao Palm Center,  um grupo de estudos inanciado em parte por uma doação de US$ 1,3 milhão de Jennifer Pritzker, um milionário de Chicago, um ex-tenente-coronel do Exército que assumiu como transexual no ano passado.

Pelo menos uma dúzia de países, incluindo Austrália, Canadá, Inglaterra e Israel, permitem pessoas transexuais militares.

Os defensores dos direitos transexuais têm feito lobby no Pentágono para rever a proibição nos EUA. A campanha começou quando os parlamentares americanos revogaram em 2010 a lei do "não pergunte , não conte ", que incentivava gays, lésbicas e bissexuais a não se assumirem.  



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