Iran Giusti
Um novo amor pode estar mais perto do que a gente imagina: invista nos aplicativos e fique de olho nos amigos (as) e colegas de trabalho que podem se tornar namorados (as)A vontade de encontrar uma cara-metade e de construir um relacionamento mais duradouro em algum momento acaba pintando na vida da maioria das pessoas, se sobrepondo as vantagens de se ter parcerias afetivas mais descompromissadas. O iGay foi conversar com especialistas para ajudar quem está nesta posição e tem esse desejo. Eles indicam quais os passos que devem ser dados para encontrar um namorado ou uma namorada neste ano que está só no começo.
Mas antes de qualquer movimento, é necessário fazer uma avaliação sobre as consequências que um namoro traz para a vida de alguém, de acordo com a psicóloga e coach Kelen Pizol. “É preciso avaliar a disposição para se doar e receber amor. Você vai querer ter a atenção desta pessoa, mas também vai ter que dar atenção a ela”, alerta Pizol, lembrando que relacionamentos envolvem compromissos e rotinas.
Ultrapassada essa etapa de autoavaliação, é possível fazer os primeiros movimentos. Kelen explica que muitas vezes nem é preciso ir muito longe para encontrar alguém. “É bom prestar atenção em quem está ao nosso redor. Ver se há alguém que desperta o nosso interesse ou com a qual temos afinidades. E, principalmente, descobrir se esta pessoa está disposta a ter um relacionamento”, aconselha a psicóloga.
Richeli Sachett, coach especializada em relacionamentos, acrescenta que prestar atenção nas afinidades ajuda a encontrar parcerias afetivas mais promissoras e com mais chances de dar certo. “Os opostos se atraem. Porém, um relacionamento é baseado em trocas. Quando os gostos são muitos distantes, essa troca fica difícil. Não adianta ser uma pessoa calma, caseira e tentar encontrar um parceiro na balada”, exemplifica a expert.
Levando em conta a questão da proximidade, o local de trabalho pode ser um lugar propício para encontrar um (a) parceiro (a), afinal é lá que as pessoas passam a maior parte do seu tempo. Porém, é preciso tomar certos cuidados. “Quando se trata de um casal formado por superior e subordinado, o relacionamento pode ser uma furada”, avalia Sachett, acrescentando que esse tipo de combinação pode trazer consequências negativas tanto para a vida profissional quanto para a afetiva dos envolvidos.
Por outro lado, é bom lembrar que muitas empresas não veem com bons olhos relacionamentos entre funcionários. Mas segundo Sachett, muitas companhias têm revisto esse conceito nos últimos anos, não criando impedimentos para namoros deste tipo.
Tinder, Grindr e amigos
Expert em relacionamentos e autor do livro "O Mapa do Amor" (Editora Gente), o psicólogo Ailton Amélio diz que o círculo de amizades pode ser de grande ajuda na tarefa de encontrar uma cara-metade. “Além de gente do trabalho, os amigos ou conhecidos de amigos costumam ser as pessoas mais aptas para um relacionamento porque você já tem certo conhecimento do individuo”, aponta Amélio.
Ele também recomenda o uso de aplicativos, como o Grindr e o Tinder, mesmo eles tendo como objetivo principal os encontros descompromissados. De acordo com o expert, relacionamentos que a princípio não buscam envolvimento emocional também podem dar origem a parcerias mais duradouras.
Amélio acredita que os apps se adequam particularmente a dinâmica dos relacionamentos entre homossexuais masculinos. “Casais de homens gays tendem a ter um relacionamento que surge do sexo para o afeto. Isso não costuma acontecer com casais heterossexuais e nem mesmo com casais lésbicos. Nestes casos, o afeto é que vem do sexo”, pontua o psicólogo e escritor.
O engenheiro da computação potiguar Jesiel Lucena, 23, é a comprovação que a recomendação de Amélio pode dar certo. Morador de Natal, ele está há cinco meses com um namorado que conheceu no aplicativo Scruff, destinado especificamente aos gays ursos.
“Eu terminei um namoro, queria curtir a solteirice e acabei voltando a usar os aplicativos. Conheci um cara, continuamos nos vendo depois da primeira vez e quando fui ver, já estávamos no quarto encontro, saindo para tomar açaí”, conta Jesiel.
Mesmo com os aplicativos e ajuda dos amigos, a coach Pizol pondera que as baladas e bares continuam como lugares propícios para quem quer encontrar alguém para se relacionar, mas ela faz uma ressalva: é preciso ir aos lugares certos. “Vá para locais onde tenham pessoas solteiras, que tenham o mesmo objetivo que você”, conclui.
Sete dicas para quem quer desencalhar e engatar um namoro em 2014:
- Tenha em mente que relacionamentos exigem dar e receber atenção do (a) parceiro (a), além de compromissos e rotinas;
- Preste atenção em quem está ao seu redor, o amor pode estar mais perto do que você imagina;
- Busque pessoas que tenham afinidade com você, relacionamentos entre parceiros mais parecidos têm mais chances de dar certo;
- Invista em lugares nos quais você passa a maior parte do tempo, como o trabalho. Esses são bons lugares para encontrar alguém;
- Namore amigos ou os conhecidos deles, fica mais fácil quando você tem conhecimento prévio das pessoas;
- Não despreze os aplicativos: encontros descompromissados podem dar origem a namoros mais duradouros;
- Não perca tempo em lugares frequentados por casais. Vá a lugares de solteiros, como as academias durante o dia e as baladas durante a noite.