Iran Giusti
iGay visita os ambientes modernos do Chilli Pepper, que recebe mais de oito mil homens por mês em seus mais de 120 quartos e também em saunas, piscinas, hidromassagens e baresUm hotel com ares de balada, visual moderno e que só aceita homens gays. Com esse conceito inédito no Brasil, o Chilli Pepper abriu suas portas há pouco mais de um ano no Largo do Arouche, conhecido point LGBT no centro de São Paulo. Dezesseis meses depois de inaugurá-lo, o proprietário do empreendimento, Douglas Drumond, 42, comemora o sucesso do seu negócio, que recebe mais de oito mil homens por mês em seus 2.300 m².
“Estou contente com o resultado obtido até agora. Estou até com planos de abrir uma filial em Salvador”, revela Drumond. De acordo com o empresário, turistas de outras cidades formam o maior público do Chilli Pepper, que contou com um investimento de R$ 3 milhões.
Drumond conta que a disseminação de aplicativos de encontros, como Grindr, Scruff, Growl e Hornet, ajudou no êxito de seu negócio. “Quando os homens querem encontrar alguém que conheceram online, eles buscam por ambientes seguros como o nosso”, explica o empresário.
Em seus três andares, o hotel dispõe de 124 single rooms e de cinco suítes. Em todos os quartos, os hóspedes recebem preservativos como brindes. As diárias variam entre R$ 108 e R$ 880.
Também é possível contratar os ambientes por períodos mais curtos, seis e doze horas. “O nosso conceito é ser um hotel de curta estadia”, define Drumond, acrescentando que a maior parte dos seus hóspedes prefere os períodos mais curtos.
Para quem não deseja se hospedar, mas quer frequentar as áreas públicas do espaço, como as piscinas, saunas, hidromassagens, salas de filmes eróticos e bares, existe a opção de alugar armários para guardar seus pertences.
Antes de abrir o empreendimento no Arouche, Drumond já tinha experiência em negócios de hospedagem ligados ao sexo. Ele é proprietário de três motéis em Belo Horizonte e também já teve uma sauna gay no bairro dos Jardins, em São Paulo. “Sempre gostei de saunas e viajo muito, trouxe o conceito da Chilli Pepper de uma nos Estados Unidos”, conta o empresário.
O hotel tem 56 funcionários, entre seguranças, faxineiros, camareiros, recepcionistas e manobristas. Todos devidamente treinados para atender o público gay com discrição e cortesia. Entre os membros da equipe, 15 são heterossexuais, 35 são homossexuais e seis são transexuais. Quem trabalha no Chilli Pepper não pode frequentar o lugar como cliente.
A discrição dos funcionários é fundamental, já que os frequentadores ficam bem à vontade no hotel. Durante a visita da reportagem iGay, clientes circulavam só de toalha em todos os ambientes, inclusive nos bares.
Para atender todas as tribos gays e também manter uma variedade grande de público, o hotel criou diferentes noites temáticas. A de terça-feira, por exemplo, é dedicada aos sarados e aos policiais e a de quinta-feira, aos dentistas e aos ursos.
“As segmentações acontecem pelas necessidades de cada público. Muitas vezes, os hóspedes caminham de toalha e querem ficar confortáveis. Se você é urso fica mais à vontade entre outros ursos”, esclarece, dizendo ainda que os fins de semanas são os dias em que hotel tem mais movimento.
De todos os públicos do hotel, o feminino é o mais difícil de encontrar na casa. Não porque as mulheres sejam proibidas de entrar no Chilli Pepper, mas pela tarifa mínima altamente proibitiva de R$ 12 mil cobrada delas.