Ricardo Donisete
Estreando nesta sexta-feira no HBO, documentário enxuto alterna momentos tocantes e divertidos de celebridades e anônimosComo é se assumir gay? O documentário “The Out List” colocou 16 personalidades da comunidade LGBT dos Estados Unidos para responder a esta pergunta, inclusive artistas como a apresentadora Ellen DeGeneres e o ator Neil Patrick Harris. Mas não são as histórias das celebridades que mais chamam atenção no divertido e tocante filme, que estreia nesta sexta-feira (30) no canal HBO, às 22h.
Em 'The Out List', Ellen Degeneres relembra o terremoto por qual sua carreira passou quando ela saiu do armário
Foto: Divulgação
Neil Patrick Harris fala da sua relação com o marido David Burtka
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A xerife Lupe Valdez é responsável por um dos momentos mais tocantes do documentário
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As atrizes Cynthia Nixon, de ‘Sex and the City’, e Wanda Sykes, de ‘The New Adventures of Old Christine’
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Divertidíssima, a lendária drag nova-iorquina Lady Bunny conta que nunca quis ser uma mulher e sim uma artista
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Lady Bunny com o diretor Timothy Greenfield-Sanders
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Suzan Orman, famosa analista financeira da TV dos EUA, defende a igualdade de direitos para casais gays
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A equipe de produção do filme com o roteirista Dustin Lance Black, premiado com o Oscar por “Milk - A Voz da Igualdade”
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O ex-jogador de futebol americano Wade Davis revela que se sentia envergonhado por fingir para todos que o namorado era uma mulher
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Os gays anônimos do filme protagonizam depoimentos mais interessantes e surpreendentes do que as celebridades, que têm parte das histórias contadas já conhecidas pelo público. Este é o caso da texana Lupe Valdez, que quebrou três paradigmas em Dallas, no conservador estado do Texas. Ela foi a primeira mulher, a primeira latina e a primeira lésbica a ser eleita xerife na cidade.
Durante sua eleição, Lupe conta que recebeu um conselho fundamental de um amigo, quando os rumores sobre sua sexualidade começaram a pipocar. Ele disse a ela algo como: “Nunca esconda que você é gay, mas não deixe que isso seja a única e nem a primeira coisa pelo qual as pessoas te conheçam”.
Também desconhecido do grande público, o dramaturgo Larry Kramer é outro destaque do filme. Histórico ativista gay, ele não se acanha em dizer que o movimento LGBT é o grande responsável pelos avanços no tratamento da AIDS, muito mais que os governos e que os laboratórios farmacêuticos. Kramer ainda diz que a raiva causada pelo preconceito é sim um grande impulsionador na luta por mais respeito na sociedade.
É claro que os artistas têm momentos a se destacar em “The Out List”, especialmente pela forma bem-humorada que tratam o assunto homossexualidade. Neil Patrick Harris, por exemplo, se diverte falando de como o seu relacionamento com o marido David Burtka avançou rapidamente. “Como boas lésbicas, fomos morar juntos depois de três meses de namoro”, brinca o astro de “How I Met Your Mother”.
Famosa como a Miranda da "Sex and the City”, a atriz Cynthia Nixon aponta um aspecto curioso, o fato de a bissexualidade ser vista com descrença pela própria comunidade LGBT. Apesar de se ver como bissexual, ela explica que aceita ser definida como lésbica por entender que o movimento gay tem mais força se todos estiverem unidos e não separados.
Dirigido pelo premiado fotógrafo e diretor Timothy Greenfield-Sanders, “The Out List” ganha pontos por mostrar os depoimentos dos entrevistados de maneira enxuta, sem enrolação nos seus 59 minutos de duração. Todos falam apenas o essencial, em pouco tempo.
Por outro lado, o formato de alguém falando para a câmera na frente de um fundo neutro se mostra repetitivo no decorrer do documentário. São poucas as imagens externas que ilustram as falas, fica a impressão de que “The Out List” podia ilustrar melhor a história de seus perfilados.
Além dos já citados, o documentário também traz os depoimentos da comediante Wanda Sykes (The New Adventures of Old Christine), o roteirista Dustin Lance Black, premiado com o Oscar por “Milk - A Voz da Igualdade”, e o vocalista do grupo Scissor Sisters Jake Shears, entre outros.