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A notícia vem logo após o papa ter dito "Deus te fez assim" a um homem gayO papa Francisco tem construído uma boa reputação quando se trata de comunidade LGBT, em vista de seus últimos pronunciamentos e atitudes. No entanto, de acordo com informações do jornal La Stampa’s Vatican Insider, ele avisou bispos da Itália a rejeitarem novos aplicantes ao seminário da igreja que são “suspeitos de de serem gay”.
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Segundo o jornal italiano, o papa Francisco falou para outros bispos não aceitarem homens "suspeitos" de serem gays
Foto: Reprodução/Twitter
“Fiquem de olho nas novas admissões dos seminários, fiquem de olhos abertos”, disse o papa Francisco, segundo o jornal italiano. “Se em dúvida, é melhor não deixá-los entrar”, acrescenta. As informações reportam que os comentários foram feitos durante um encontro privado na segunda-feira (21). O Vaticano ainda não se posicionou a respeito do comentário.
Apesar de ter reforçado a importância da qualidade acima da quantidade quando se trata de aceitar homens a entrar para o seminário, a justificativa do papa de não permitir a entrada de homens gays, como reportado, é a de que “a prática de ‘atos homossexuais’ pode comprometer a vida do seminário, como também comprometer a própria vida do homem.
A notícia chega logo após o papa ter declarado a um homem gay que “Deus te fez desse jeito”, um comentário que muitos entenderam como um sinal oficial de aceitação a pessoas LGBT pelo líder da Igreja Católica Romana. Juan Carlos Cruz, um sobrevivente de abuso sexual no clero, assumiu sua homossexualidade para o papa em encontros recentes no Vaticano.
“Ele me disse, ‘Juan Carlos, não importa se você é gay. Deus te fez desse jeito e Ele te ama desse jeito”, disse Cruz ao jornal espanhol El Pais. “O papa te ama desse jeito. Você tem que ser feliz com o que você é”, acrescenta sobre a fala do líder da Igreja.
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O histórico do papa
O papa já fez declarações positivas anteriormente sobre ser LGBT. Em 2013, ele disse a um jornalista: “Se uma pessoa é gay e está procurando pelo Senhor, quem sou eu para julgar? Você não deveria discriminar e marginalizar essas pessoas.”
Em uma entrevista com a revista America Magazine, ele também revelou: “Uma pessoa me perguntou uma vez, de forma provocativa, se eu aprovava a homossexualidade. Eu respondi com outra pergunta: ‘Me diga: quando Deus olha para uma pessoa gay, Ele demonstra amor ou rejeição? Nós devemos considerar a pessoa.”
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Em 2015, o papa Francisco encontrou com inúmeras pessoas LGBT+. Como resultado, as ações dele têm sido vistas como um sinal de que a igreja está mais aberta e pronta para receber fiéis LGBT+, quando comparado com o seu antecessor, papa Bento 16.