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Em outros tempos, não era tão fácil se assumir LGBT, e, por isso, muitos famosos, como a cantora Whitney Houston, morreram sem sair do armárioApesar de o mundo ainda não ser "cor-de-rosa" para pessoas LGBT, ele já foi pior. Atualmente, há diversos famosos LGBT que não têm problema algum em falar da própria orientação sexual ou identidade de gênero, mas as coisas nem sempre funcionaram dessa forma. Há algumas décadas, assumir a própria sexualidade era algo muito mais complexo e ainda mais carregado de consequências do que é na atualidade, e isso fez com que muitas pessoas - incluindo celebridades - levassem esse segredo para o túmulo. Confira dez deles:
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1. Whitney Houston
Whitney teve sua vida narrada em filme que apresenta a realidade vivida por famosos LGBT que não se assumiram
Foto: VINCE BUCCI/AFP
Assim como acontece com muitos famosos, rumores sobre a orientação sexual de Whitney sempre cercaram sua carreira musical e vida pessoal. O documentário “Whitney: Can I Be Me?” esclareceu esses boatos, compartilhando a homofobia e bifobia que a cantora enfrentava no dia a dia, indicando até que essa poderia ter sido uma das causas para sua morte.
Como a mãe da cantora não aprovava o fato de que a filha não era heterossexual, Whitney teve de se afastar da amiga e gerente Robyn Crawford, que protegia a cantora, de acordo com o longa-metragem. Ao que tudo indica, Whitney era bissexual, já que também foi casada com um homem.
2. Rock Hudson
Rock Hudson já foi casado com uma mulher, que depois se assumiu lésbica, e também já teve experiências com homens
Foto: Reprodução
Rock Hudson era um ator norte-americano que não fazia questão de se esconder no armário quando dava festas em casa para os amigos, mas, publicamente, ele nunca se assumiu. Ele teve experiências com homens que escreveram sobre o assunto e até chegou a ter um relacionamento de "amor verdadeiro" com a atriz Lee Garlington, que revelou a vida secreta dos dois à revista "People". Hudson também chegou a se casar com uma mulher, Phyllis Gates, que se assumiu lésbica anos após a morte dele em decorrência da Aids.
3. Raymond Burr
Burr tornou-se um queridinho com seu estrelato na televisão americana e teve um relacionamento com o empresário
Foto: Reprodução
Burr era conhecido nos EUA por sua atuação em programas televisivos, principalmente nos anos 50 e 60, e foi astro de “Janela Indiscreta”, dirigido por Alfred Hitchcock. Para encobrir a sua sexualidade, ele disse à imprensa que se casou por duas vezes e teve até engravidou uma mulher, mas que seu filho e suas ex-esposas teriam morrido.
Anos depois, essa história foi desmentira, algo revelado no livro "Hiding in Plain Sight: The Secret Life of Raymond Burr", escrito por Michael Seth Starr. Na realidade, o ator teve um relacionamento longo com seu empresário, Robert Benevides, até sua morte em 1993.
4. Liberace
O pianista Liberace foi homenageado com "Behind the Candelabra", que apresenta a vivência dele com o amante
Foto: Reprodução
O pianista mais extravagante da história das plumas e paetês, Wladziu Valentino Liberace, nunca assumiu ser homossexual, mesmo morando por cinco anos com o seu assistente e amante Scott Thorsen, e chegou inclusive a processar veículos da imprensa que diziam que ele era gay. Liberace morreu em decorrência da Aids em 1987, e sua vida foi homenageada no filme “Behind the Candelabra”, inspirado no livro que seu amante escreveu sobre a vida dos dois.
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5. Katharine Hepburn
Katharine Hepburn era conhecida por ser "rebelde", sempre se trajando com trajes estereotipadamente "masculinos"
Foto: Reprodução
Ela era uma atriz norte-americana e tinha fama de rebelde por seu gosto pela aversão à imprensa e por usar roupas “masculinas”. Existiam diversos rumores afirmando que Katharine era lésbica, nunca provados até então, mas biografias atuais da atriz afirmam que, na realidade, ela era bissexual.
6. Ed Koch
Ed Koch foi prefeito de Nova York e se arrependeu depois por não ter ajudado gays e LGBTs infectados pelo vírus HIV
Foto: Reprodução
Político norte-americano, Ed foi prefeito de Nova York logo no início da epidemia de HIV/Aids nos anos 80 e foi criticado por não criar iniciativas para ajudar os infectados, sendo acusado de ser “anti-LGBT” por ativistas. No entanto, após a sua morte em 2013, Charles Kaiser, jornalista e amigo próximo do político, revelou que ele era homossexual e que também se arrependeu por não ter agido durante contra a epidemia na época.
7. Barbara Jordan
A ativista Barbara Jordan conseguiu avançar pela comunidade negra, no estado conservador do Texas, nos EUA
Foto: Reprodução
Barbara Jordan foi política e ativista pelos direitos dos negros norte-americanos. Ela foi uma das primeiras mulheres a ingressar na política no estado conservador do Texas e também uma das primeiras lésbicas, apesar de não ter se assumido até então. Sua relação com Nancy Earl só veio à tona na leitura do testamento, de acordo com a revista Advocate, em 1996, após a sua morte devido a complicações de pneumonia.
8. Anthony Perkins
Anthony Perkins nunca se assumiu publicamente, mas já teve um relacionamento com outro homem que hoje é assumido
Foto: Reprodução
Conhecido por seu papel como Norman Bates em “Psicose”, Perkins morreu sem ter assumido seu relacionamento com outro homem, segundo a revista Advocate. Ele chegou a se casar com uma mulher, a fotógrafa Berry Berenson, mas também namorou o ator Tab Hunter, que está hoje fora do armário e casado com Allan Glaser.
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9. Sally Ride
Sally durante uma de suas missões; ela só teve sexualidade e relacionamento com outra mulher expostos após morrer
Foto: Nasa
Sally foi a primeira mulher norte-americana a ir para o espaço e já participou de várias missões espaciais ao lado do marido astronauta. No entanto, ela decidiu se divorciar e aposentar de sua profissão. Assim, ela começou a se relacionar com uma mulher, o que durou anos, mas só veio a público após a sua morte, em 2012, quando o testamento deixava tudo para sua mulher, de acordo com o veículo britânico "Daily Mail".
10. Roy Cohn
Al Pacino como Roy Cohn na minissérie 'Angels in America', que aborda a questão da comunidade LGBT e do vírus HIV
Foto: Stephen Goldblatt/HBO/Divulgação
Roy Cohn é mais conhecido na cultura popular por seu papel como antagonista em “Angels in America”, peça ganhadora do Prêmio Pulitzer que se tornou posteriormente uma minissérie popular no canal “HBO”, com Al Pacino fazendo o retrato de Cohn. A peça apresenta e examina a realidade vivida por LGBTs nos anos 80 com a epidemia da Aids. Com rumores sobre sua própria homossexualidade à tona, ele insistia em reforçar a suspeita da sexualidade de outros famosos, apenas para encobrir também seu relacionamento com outro homem.