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Professor abandona cargo após receber cartas que o ameaçavam por ser gay

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iG São Paulo

Após ter se assumido gay, o professor de artes Michael Hill começou a receber cartas com ameaças, afirmando que "homossexuais não deveriam ser professores", e decidiu abandonar o cargo na escola em que trabalhava

Um professor norte-americano abandonou a profissão e o estado em que nasceu após receber uma série de cartas que o ameçavam pelo fato de ele ser gay, de acordo com o jornal local “Topeka Capital-Journal”. Michael Hill era um professor de artes do ensino médio em Seneca, no Kansas (EUA), e se assumiu para a reitoria e para os alunos no "Coming Out Day" (em português, "dia de sair do armário") do ano passado. 

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Após se assumir gay para os alunos, o professor Michael Hill passou a receber cartas que o ameaçavam

Após se assumir gay para os alunos, o professor Michael Hill passou a receber cartas que o ameaçavam

Foto: Reprodução/Facebook/Michael Hill


"Homossexual não pode ser professor"

Logo após se assumir, o professor começou a receber uma série de cartas intimidadoras que julgavam pessoas gays como “pervertidos e predadores”. “As coisas ficaram feias e eu comecei a temer pelo meu próprio bem estar”, ele disse ao jornal. Tomado pelo medo, o homem decidiu se mudar para Palm Springs, na Califórnia, que está sendo “muito mais acolhedora”.

As mensagens escritas nas cartas compartilhadas por ele estabeleciam que sua sexualidade não seria tolerada pela comunidade da cidade. Algumas chegavam até a ameaçá-lo fisicamente caso ele não deixasse o município. Em uma das cartas, o autor desconhecido diz que que “faria algo com as próprias mãos”, se Hill não abandonasse o local.

Outras ameaças incluem o uso pejorativo de “bicha”, e, além disso, a ideia de que homossexuais não deveriam ser professores está presente em várias delas. Além disso, Hill também teve os pneus de seus carros furados e a palavra “viado” escrita na camada de poeira em um dos veículos. Hill conta que reportou os incidentes para a polícia, mas que não pôde identificar os respectivos culpados.

Em seu depoimento, o Hill diz que tinha medo de sair do apartamento à noite e sofria com o estresse. Apesar de o distrito escolar ter apoiado o profissional, dando folgas quando ele precisava, a instituição disse que, em algum momento, Hill deveria decidir se abandonaria a escola ou voltaria de vez às salas de aula. “Foi muito frustrante ter de empacotar minhas coisas e ir embora. Era a única solução”, revela.

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Apesar de dizer que a instituição não tolera assédio, discriminação ou bullying, Darrel Kohlman, superintendente da instituição, se pronunciou afirmando que, como os incidentes ocorreram fora da escola, estavam fora de seu controle.

Hill contou para a família que é gay pouco antes de tudo isso acontecer, em julho do ano passado. Após se assumir no dia 11 de outubro, no "Coming Out Day", ele foi exposto de forma negativa na internet quando uma pessoa o fotografou com um amigo, e a circulação da imagem passou a gerar cyberbullying .

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Essa situação acabou desencadeando em um ambiente desagradável na sala de aula, de acordo com o professor, que era “corroído” pela falta de respeito. Ele até chegou até a fazer uma publicação no Facebook deixando claro que toda a situação não era respeitosa, que recebeu milhares de curtidas e cerca de 400 comentários de pessoas oferecendo apoio.


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