iG São Paulo
Enquanto 3% dos homens heterossexuais relataram algum assédio, 24% das mulheres LGBT e 33% dos trans afirmaram terem sofrido com o problemaO coletivo VoteLGBT fez uma pesquisa para descobrir os dados sobre o assédio contra a população LGBT no carnaval. Eles entrevistaram 1.170 pessoas em blocos carnavalescos de São Paulo e os resultados, divulgados na quinta-feira (22), mostram o quanto os membros da dessa comunidade estão mais expostos ao assédio.
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No carnaval%2C homens e mulheres LGBT relatam ter sofrido mais assédio do que homens heterossexuais
Foto: shutterstock
O grupo notou uma diferença grande entre assédio contra homes héteros e LGBT e mais ainda contra mulheres e transgêneros no carnaval. De todos os entrevistados, 49% alegaram já ter sofrido com beijos forçados, abuso sexual, encoxadas ou corpos tocados sem consentimento, além de abuso sexual e agressões física ou verbal e 80% reportaram ter presenciado pelo menos uma dessas ações.
Dos homens héteros, apenas 3% disseram ter sofrido assédio, enquanto a porcentagem na parcela de mulheres LGBT que relataram o problema é de 24%, sete vezes maior. Pessoas transexuais e travestis estão 10 vezes mais expostas, com uma porcentagem de 33%.
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Também foi perguntado aos entrevistados quantas das agressões foram denunciadas à polícia. Apenas 8,9% das pessoas que sofreram tentaram falar com a polícia, e, destas, 68% não conseguiram completar a denúncia.
Para os entrevistados que não tentaram realizar a denúncia, foi perguntado o motivo pelo qual o fizeram. A resposta mais frequente foi o sentimento de que a denúncia “não dá em nada”, sendo a opção para 45% dos entrevistados e entrevistadas. A resposta “não achei que fosse crime” representou13%, e “medo de reação do agressor" foi citada por 7,4% das mulheres LGBT, mas por nenhum homem hétero.
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Segurança em blocos LGBT e apoio a causa
Outro tópico abordado pela pesquisa foi a segurança nos blocos. O coletivo perguntou por que motivos os entrevistados estavam em um bloco LGBT, e 79% responderam “por diversão”. No entanto, vale notar que “sentir segurança também” foi um fator importante para mulheres e homens LGBT, com 44% deles optando para essa razão. “Evitar assédio” foi selecionada por 36% das mulheres e 13% dos homens.
A opção “apoiar a causa” foi escolhida por 51% das pessoas LGBT entrevistadas, “mostrando que existir livremente no carnaval é visto como ato político”, segundo o coletivo. 31% dos LGBT também afirmaram não frequentar blocos não-LGBT, 66% das mulheres por medo de assédio e 56% dos homens por medo de discriminação.