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Psicólogo defensor da "cura gay" é acusado de abuso por pacientes homens

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iG São Paulo

Melvyn Iscove teve seu registro no conselho de médicos e cirurgiões de Ontario suspenso após ser acusado de realizar sexo em sessões de terapia

Um psicólogo de Toronto com 72 anos, Melvyn Iscove, conhecido por acreditar na “cura gay”, foi acusado de abusar de dois dos seus pacientes homens. Segundo informações do jornal “Toronto Star”, o médico teria realizado masturbação mútua, sexo oral e até penetração durante as sessões de terapia.

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Psicólogo que aplicava a suposta cura gay  é acusado de abuso por pacientes homens

Psicólogo que aplicava a suposta cura gay é acusado de abuso por pacientes homens

Foto: shutterstock


Diante do caso, o homem teve seu registro suspenso pelo comitê de disciplina do College of Physicians and Surgeons of Ontario, órgão responsável pela regulação médica na província. Em decisão oficial do conselho de médicos e cirurgiões feita no dia 8, o homem foi enquadrado por acreditar na "cura gay", que diz que a homossexualidade é um “transtorno sexual” que pode ser superado, e por ter “interesse particular no tratamento de pacientes com problemas relacionados com a homossexualidade”.

“Nenhuma acusação foi descrita como emocional ou romântica. Ambos os pacientes disseram que, em determinado momento, pensaram que as atividades sexuais eram parte da terapia e uma tentativa de curá-los da homossexualidade ao fazer sexo, em vez de apenas fantasias sobre isso”, declara o comitê. De acordo com o seu perfil online do conselho, Melvyn também enfrenta acusações anteriores de conduta imprópria em banheiros masculinos.

O psicólogo negou as acusações de abuso sexual, que datam dos anos 90 até os 2000. Em sua defesa, Melvyn utilizou as teorias do Dr. Edmund Bergler, psicanalista já aplicado anteriormente por ele em sua vida profissional, acerca da homossexualidade. Em seu discurso, ele utilizou passagens como “todas as tentativas de provar que homossexualidade é algo além de uma doença falharam, em minha opinião” e “não existem homossexuais felizes”.

De acordo com o comitê, ele tentou suavizar as acusações, mas acabou reforçando, ou pelo menos aceitando, além de ficar evasivo quando perguntado se ele considera a homossexualidade uma doença e se acredita em sua “cura”.

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Paciente A e B

A verdadeira identidade dos pacientes foi protegida pelo conselho de médicos e cirurgiões e, no caso, eles são identificados apenas como pacientes A e B. Com 40 anos, ambos não se conheciam até então.

O paciente A se consultava o psicólogo para tratar transtornos como depressão e ansiedade, “associados ao medo de que ele era gay”, quando tinha 20 anos. De acordo com o testemunho no site do conselho, o homem via em Melvyn uma figura paterna, apesar de ser perguntado constantemente por ele se tinha fantasias envolvendo os dois. Ele conta que, em um abraço, o psicólogo afirmou que o paciente poderia tocá-lo se quisesse e os dois prosseguiram para masturbação e sexo oral.

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O paciente B deu início a suas consultas com Melvyn aos 18 anos, após recomendações dos pais relacionadas a depressão e ansiedade. Ele afirmou não ter sofrido com sexualidade até então, pois estava em um relacionamento heterossexual. No entanto, conta que o psicólogo perguntava continuamente se tinha fantasias homossexuais. O paciente afirmou que ele tentava aplicar a “cura gay”. Quando o Paciente B afirmou estar tendo desejos por um homem indisponível, Melvyn fez questão de dizer que o próprio estava. Em outro dia, o paciente levou uma camisinha para a consulta e o psicólogo teria o penetrou.


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