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A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) indica que 45% dos assassinatos de LGBT+ são de pessoas trans; em 2017, foram 179 casosDe acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil se mantém como o país em que mais pessoas trans e travestis foram assassinadas em 2017. Segundo o levantamento da instituição, no ano passado, foram contabilizados 179 casos espalhados por todos os estados do país.
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De acordo com dados da Antra, o Brasil liderou ranking de assassinatos a pessoas trans e travestis em 2017
Foto: Reprodução/ANTRA
A Associação ainda indica que pelo menos 45% dos assassinatos de LGBT+ são de pessoas trans. Em comparação com outras pessoas, essa parcela da população brasileira tem nove vezes mais chances de ser morta, 80% dos assassinos não têm ligação com a vítima e 95% destes assassinatos apresentam requintes de crueldade.
Além disso, dados do Grupo Gay da Bahia (GGB) revelam que a cada 48 horas uma travesti ou transexual é assassinada no Brasil, o que diminui a expectativa de vida dessas pessoas de cerca de 80 anos de idade para apenas 35.
Mapa dos assassinatos
Entre os estados brasileiros, Minas Gerais lidera a lista, com 20 mortes. Em segundo lugar está a Bahia, com 17 casos e, em seguida, São Paulo, com 16. Além de compilar os dados, a Antra também elaborou um mapa dos casos de assassinatos de travestis, mulheres e homens transexuais em cada uma das regiões com o objetivo de facilitar a visibilidade da situação de violência a que transexuais e travestis estamos expostos no país. Confira abaixo:
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Reincidência
Em novembro de 2017, a Transgender Europe (TGEU) - organização internacional de defesa de pessoas transgênero - também divulgou dados sobre os assassinatos na população trans ao redor do mundo. A pesquisa Trans Murder Monitoring (TMM) indicou a mesma realidade: o Brasil é líder no ranking de assassinatos a pessoas trans.
O relatório apontou um total de 325 casos de assassinatos de pessoas trans entre 1º de outubro de 2016 e 30 de setembro de 2017, um aumento de 30 casos em comparação de um ano para o outro. O Brasil, segundo tal relatório, foi o país que mais registrou assassinatos, com 171 casos. Em seguida aparecia o México, com 56, e os Estados Unidos, com 25.