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Paula Collins, da Inglaterra, viveu como homem por mais de 40 anos até ter coragem de assumir para todos que ela era uma mulher transPaula Collins, 57 anos, trabalhava como instrutora mecânica de aviação em um ambiente que ela descreve como “super masculino”. Mesmo se assumindo como uma mulher trans em sua vida social, Paula ainda não tinha coragem de contar a verdade aos colegas e continuou indo trabalhar como homem. Mas quando um colega a viu vestido de mulher tudo mudou.
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Paula sabia que era uma mulher trans desde os oito anos
Foto: Reprodução/Facebook/Daily Mail
Paula, que tem dois filhos e vive na Inglaterra, nasceu com uma anatomia masculina, mas desde os oito anos sabia que era uma mulher. Porém, como medo de como as outras pessoas reagiriam, ela escondeu a maneira como se sentia, até conhecer uma mulher trans em uma sala de bate-papo na Internet, há 12 anos. "Eu estava vivendo sozinha em uma bela casa, tinha um bom trabalho, mas não estava feliz”, Paula conta ao “Daily Mail”.
Ela então decidiu viver como mulher em situações sociais, mas dentro do trabalho ela ainda se comportava como homem. "Inicialmente, eu estava um pouco preocupado com a forma com que as pessoas reagiriam”, afirma Paula, que começou a sentir os efeitos negativos por ter que esconder quem era. "Eu vivia duas vidas e era impossível continuar fazendo isso. Socialmente eu vivia como Paula e no trabalho ainda era a outra pessoa. A vida dupla não é uma coisa boa para sua saúde mental e física e eu estava começando a beber muito”.
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Porém, foi só depois que um colega de trabalho a viu usando roupas femininas que Paula tomou a decisão de se assumir como transgênero no ambiente profissional. "Eu sempre quis me assumir como transgênero no trabalho e chegava muito perto disso, mas depois fui obrigada porque alguém me viu. Na verdade, foi muito bem, muito melhor do que eu esperava”.
Paula decidiu se assumir trans no trabalho após um colega a ver usando roupas femininas
Foto: Reprodução/Facebook/Paula Collins
"Entrei no trabalho naquela manhã de segunda-feira vestida como uma mulher e apenas disse ‘é assim que vai ser’ e eles lidaram bem com isso”. Ela conta que é tratada com respeito em todos os lugares em que vai. "É uma indústria fortemente dominada pelos homens e eu sinto que estou ajudando a mudar isso".
A vida agora
Apesar de ter sido bem aceita na companhia aérea em que trabalhava, Paula decidiu mudar de emprego para ajudar outras pessoas transexuais. Ela agora trabalha com a polícia para encorajar as pessoas a denunciar crimes de ódio depois que ela mesma foi alvo em um pub por uma gangue que disse que ela "deveria ser assassinada".
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Hoje, Paula acredita que desperdiçou 40 anos de sua vida e que não vai mais se esconder - e nem conseguiria por ter quase dois metros de altura e um cabelo rosa. No ano que vem, a mulher trans pretende ter uma cirurgia completa de readequação de gênero para completar sua transição.